Quillajaceae

Quillaja lancifolia D.Don

LC

EOO:

333.090,608 Km2

AOO:

320,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Espécie não endêmica do Brasil (Luebert, 2020), com ocorrência nos seguintes estados: PARANA, município de Fernandes Pinheiro, Guarapuava, Irati, Palmas, Pinhão; RIO GRANDE DO SUL, município de Arroio do Tigre, Arroio dos Ratos, Bagé, Barra do Ribeiro, Bom Jesus, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Camaquã, Canguçu, Capão do Leão, Caraá, Caxias do Sul, Cristal, Dois Irmãos, Encruzilhada do Sul, Esmeralda, Lavras do Sul, Mariana Pimentel, Mato Castelhano, Morro Reuter, Muitos Capões, Nova Prata, Passo Fundo, Piratini, Rio Grande, Riozinho, Santa Maria, Santana da Boa Vista, Santana do Livramento, Santiago, Unistalda, Uruguaiana, Vacaria, Viamão; SANTA CATARINA, município de Barra Velha, Bom Jardim da Serra, Capão Alto, Cerro Negro, Ibiam, Lages, São Joaquim e Urubici.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Mário Gomes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 12 m, não endêmica do Brasil (Luebert, 2020). Popularmente conhecida por árvore-de-sabão, assa-toucinho, pau-de-sabão, sabão-de-soldado, saboeiro, timbauvão e timbuva, foi documentada em Floresta Ombrófila Mista associada a Mata Atlântica presente em mais de 47 municípios distribuídos pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Apresenta distribuição muito ampla, EOO=305985 km², constante presença em herbários e diversos registros de coleta efetuados dentro do limites de Unidades de Conservação de proteção integral, além de mais de 20 situações de ameaça e presença em fitofisionomias com áreas perturbadas. Apesar das crescentes pressões antrópicas documentadas por toda a Mata Atlântica e particularmente nas Florestas Ombrófilas Mistas do sul do país (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2016; Medeiros, 2005), a espécie foi considerada como de Menor Preocupação (LC) nesta ocasião, dada sua amplitude espacial, presença em áreas protegidas formalmente, existencia de politicas nacionais de conservação de territórios situados dentro de sua distribuição (ICMBio, 2018), e carência de dados sobre valor economico ou uso efetivo que possibilitem aferir eventual declínio populacional. Assim, recomendam-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (garantia de implementaçao efetiva de Planos de Ação) a fim de se ampliar o conhecimento sobre a espécie e suas subpopulações para assim garantir sua perpetuação na natureza. A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Bagé - 27 (RS), Território Paraná – 19 (PR) e Território Santa Maria - 25 (RS).

Último avistamento: 2019
Quantidade de locations:
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como Em Perigo (EN) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após cinco anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Edinburgh New Philosophical Journal 10: 231. 1831. Caracterizada por apresentar casca escura e folhagem persistente; folhas lanceoladas a oblongo lanceoladas, alternas, com 5 a 10 cm de comprimento e 1 a 1,5 cm de largura, de cor verde escura na face superior e verde amarelada na face inferior; flores dispostas em corimbos axilares de aproximadamente 12 mm de diâmetro, pediceladas, com cálice tomentoso exteriormente; frutos formados por cinco folíolos dispostos na forma de estrela, conatos na base e tomentosos (Fleck, 2007). Popularmente conhecida por árvore-de-sabão, assa-toucinho, pau-de-sabão, sabão-de-soldado, saboeiro, timbauvão e timbuva em português; timbaúva em Vacarias, RS; palo de jabón e quillay em espanhol e árbol de jabón no Uruguay (Luebert, 2020). Espécie avaliada como Quillaja brasiliensis (A.St.-Hil. & Tul.) Mart. pelo CNCFlora (2012).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila Mista
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Mista
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvores de até 12 m (Kinupp 2862), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica (Luebert, 2020).
Referências:
  1. Luebert, F., 2020. Quillajaceae. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB606407 (acesso em 17 de março de 2020).

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3.2 Intentional use: large scale (species being assessed is the target) [harvest] habitat,mature individuals past,present,future national very high
Atualmente os remanescentes de Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), não perfazem mais do que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação da Região Sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século. No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaram uma dramática redução da área das florestas originais na região (Medeiros et al., 2005). O Paraná lidera este ranking do desmatamento acumulado, com 456514 hectares desmatados, seguido por Minas Gerais (383637 ha) e Santa Catarina (283168 ha). O total consolidado de desmatamento identificado pelo Atlas desde a sua criação, que não incluiu alguns Estados em determinados períodos, chega a 1887596 hectares (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2016).
Referências:
  1. Medeiros, J. de D., Savi, M., Brito, B.F.A. de, 2005. Seleção de áreas para criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista. Biotemas 18, 33–50.
  2. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2016. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica Período 2014-2015. Fundação SOS Mata Atlântica e Inst. Pesqui. Espac. URL http://mapas.sosma.org.br/site_media/download/atlas_2014-2015_relatorio_tecnico_2016.pdf

Ações de conservação (5):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na Área De Proteção Ambiental Ibirapuitã (US), Floresta Nacional De Passo Fundo (US) e Floresta Nacional De Irati (US).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Sistemas Lacustres e Lagunares do Sul do Brasil - PAN Lagoas do Sul (ICMBio, 2018) sendo contemplada na lista de espécies beneficiadas por ações de conservação.
Referências:
  1. ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2018. Plano de Açao Nacional para a Conservação dos Sistemas Lacustres e Lagunares do Sul do Brasil. MMA - Ministério do Meio Ambiente. URL http://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/planos-de-acao/9935-plano-de-acao-nacional-para-a-conservacao-pan-lagoas (acesso em 11 de março de 2020).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como Criticamente em perigo (CR) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). A espécie avaliada, Quillaja brasiliensis (A.St.-Hil. & Tul.) Mart., foi sinonimizada em Quillaja lancifolia D. Don após a publicação da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção.
Referências:
  1. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2014. Anexo I. Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção. Portaria MMA no 443/ 2014. URL http://www.dados.gov.br/dataset/portaria_443
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Bagé - 27 (RS), Território Paraná – 19 (PR) e Território Santa Maria - 25 (RS).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie foi sinonimizada após a publicação da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014), precisando de uma atualização no status de conservação.
Referências:
  1. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2014. Anexo I. Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção. Portaria MMA no 443/ 2014. URL http://www.dados.gov.br/dataset/portaria_443

Ações de conservação (4):

Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural stalk
A casca tem propriedades inseticidas (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Quillaja brasiliensis. Ken Fern. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Quillaja+brasiliensis (acesso em 17 de março de 2020).
Uso Proveniência Recurso
5. Manufacturing chemicals natural stalk
A casca contém saponinas. Pode ser usado para limpar tecidos finos. Usado como sabão, tem a propriedade de remover a graxa do tecido tingido sem afetar a cor (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Quillaja brasiliensis. Ken Fern. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Quillaja+brasiliensis (acesso em 17 de março de 2020).
Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural stalk
A madeira é usada como combustível e para fazer carvão (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Quillaja brasiliensis. Ken Fern. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Quillaja+brasiliensis (acesso em 17 de março de 2020).
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
É usado para construção geral e carpintaria (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Quillaja brasiliensis. Ken Fern. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Quillaja+brasiliensis (acesso em 17 de março de 2020).